Nova fase do blog:

Série de posts sobre periferias, mundo do trabalho, dos estudos e outros

Photo by Mille Sanders on Unsplash

Nesta nova fase do blog, uma fase muito mais leve, onde eu pretendo exercitar a minha escrita livre, quero aproveitar também para trazer temas importantíssimos de serem discutidos e evidenciados, mas de uma maneira mais informal. Vou aproveitar este espaço para fazer uma série de posts em que eu converso com pessoas da quebrada sobre estudos, mercado de trabalho, aprendizado, vivências e por aí vai...

A ideia é criar um espaço de troca, destacar a luta de pessoas periféricas, mas de um jeito totalmente diferente do que vemos na TV. O que encontramos na grande mídia é o reforço de estereótipos dessas pessoas, as narrativas, na visão de pessoas fora das periferias é sempre uma visão deturpada. As pautas também são sempre com enfoque sobre o que falta, os problemas, sempre reforçando a parte ruim e nunca abrindo precedentes para uma narrativa que se aproxime mais da realidade das pessoas residentes das periferias. 

Vale ressaltar que com isto não estou querendo dar voz a ninguém. Todos nós, moradores de periferias e favelas temos a nossa própria voz e somos perfeitamente capazes de nos expressar por meio dela; não precisamos que ninguém nos dê voz. O que quero, com esta iniciativa, é que pessoas periféricas possam falar de outros assuntos que não sejam somente o que falta nas periferias, a ideia é sair da discussão tão rasa sobre "os problemas de pessoas periféricas".

Acredito que esta é uma grande oportunidade de aprendizado e de escuta para o que as pessoas periféricas realmente têm a dizer. Também quero destacar que será eu, uma moradora da periferia, entrevistando outras pessoas de outras periferias. Então a ideia é ser uma conversa em que haverá muita troca de experiências e aprendizado. 

Faço esta iniciativa com muito cuidado e com toda a responsabilidade e seriedade que o assunto merece. Mesmo sendo estudante de jornalismo, o foco aqui não será fazer um texto redondinho dentro do formato de entrevista, meu compromisso é com o conteúdo e, acima de tudo, em não reforçar nenhum estereótipo ou visão negativa/sensacionalista da quebrada e de seus moradores. Mas isso também não quer dizer que as pessoas que virão falar aqui ficarão tecendo elogios sobre as periferias. Não. 

O intuito aqui é falar sobre vida profissional e o impacto que isso causa na vida pessoal, um papo sobre estudos, comportamentos, dificuldade, sobre como as pessoas se interessaram por determinada área do conhecimento da qual seguem. Tudo isso a partir do ponto de vista com base nas vivências de pessoas periféricas. Lembrando que o que estará em evidência não será o fato dos entrevistados serem moradores das periferias, mas sim como isso impacta no profissional e claro no pessoal também. 

Espero que gostem da inciativa, pois este é um desejo muito grande de minha parte, ver pessoas periféricas destacando suas vivências profissionais. Acredito ser muito pertinente, atual e necessário abordar temas como este. 

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