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Hoje isso me veio a cabeça quando eu pensei em escrever sobre tomada de decisão e escolhas. Não sei se funciona assim para todo mundo, mas comigo, sempre que eu precisei tomar uma decisão era sobre abraçar alguma coisa/situação e deixar outra de lado. Basicamente algo como escolher uma coisa e abrir mão de outra. A natureza dessas escolhas também sempre esteve perto de escolher entre algo que não está dando muito certo ou indo muito bem ou ficar com algo bastante incerto ou sem nada. Escolhas bem difíceis de fazer em que na maioria das vezes eu me arrependia, se bem que hoje pensando com mais maturidade eu vejo que entre as minhas duas 'opções' eu teria com o que me arrepender.
Me ocorreu uma situação parecida ultimamente, Precisei tomar uma decisão. dessa vez nem foi ter que escolher exatamente entre duas opções (a vida tem dessas coisas mesmo, a medida que o tempo vai passando, fica cada vez mais difícil usar a palavra escolha, já que praticamente não existem opções). Precisei tomar a decisão de abrir mão de realizar um sonho que eu estava tão perto de conquistar. Os motivos foram vários e eu sinto como se essa decisão já estivesse permeando os meus dias e eu só estivesse adiando bater o martelo porque realmente é muito difícil precisar adiar algo que você quer muito por razões que não necessariamente tenham a ver com a sua boa vontade em dar continuidade a este sonho.
Acontece que precisei me decidir, pesei os prós e contras, os contras me pareceram mais fracos e a urgência em tomar uma decisão acelerou as coisas. Bati o martelo e me recuso a ficar me remoendo por razões que me levaram a fazer o que eu fiz. Mas então me lembrei daquela frase de quase uma década atrás e da qual eu abri o post de hoje. Pensei que, adiando o meu sonho, quantas pessoas não fariam um bom uso da minha oportunidade, ou pior, quantas oportunidades eu mesma não estaria afastando de mim ao tomar esse tipo de decisão.
Repensei tudo e a decisão teve que continuar a mesma por inúmeras razões que não dependiam somente de mim. "Talvez se eu fizesse um esforço", pensei comigo mesma, mas ao mesmo tempo descartei essa possibilidade já que tem coisas que também não dependem do nosso esforço e essa é uma delas. Acredito ter amadurecido muito durante esse período, com a quarentena me veio muito tempo livre, o qual infelizmente eu não estou conseguindo aproveitar para render nos estudos como eu gostaria, mas me rendeu boas reflexões. Tomei minha decisão completamente segura de que fiz a coisa certa e não fiquei mais pensando nas oportunidades que as outras pessoas teriam por ter tomado uma decisão de adiar um sonho meu.
Estou convencida de que tudo aquilo que precisamos fazer por questões que fogem à nossa vontade são coisas das quais muitas vezes não vale a pena um esforço muito grande para insistir, principalmente quando se sabe que existe a possibilidade de retomar o sonho. Não é sobre abandonar, jogar tudo para o alto, é questão de entender que nem tudo é no tempo que a gente quer, que as coisas não saem como a gente imagina.
Seguindo por essa linha de raciocínio, também não é justo ficar pensando em quantas pessoas vão aproveitar uma oportunidade que talvez seria minha se eu não tivesse tomado uma decisão. Oportunidades vêm e vão, é isso o que não foi mencionado na frase, não podemos nos apegar somente a perder oportunidades, quando em alguns casos, é preciso abrir mão de alguma por motivo de força maior. Do mesmo jeito que foi embora, outras virão e é assim o curso natural das coisas.

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